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17 de fevereiro de 2012

6 remédios aparentemente inofensivos que podem destruir você


Aspirina, paracetamol, anticoncepcional e até complexos vitamínicos podem representar riscos para sua saúde.


O dia 25 de junho de 2009 ficará marcado para sempre na memória dos fãs de Michael Jackson. Nesta data, foi anunciada a morte do cantor, depois de sofrer uma parada cardíaca na casa em que morava, em Los Angeles, Estados Unidos. A morte prematura do rei do pop foi atribuída a uma overdose de remédios que Michael Jackson tinha tomado horas antes de dormir.


O que aconteceu com o cantor é apenas um exemplo dos riscos que os medicamentos apresentam, caso sejam mal administrados. Para Camila Costa, professora do 

Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o maior problema está no excesso. “Medicamentos como anti-inflamatórios, analgésicos, relaxantes musculares e antibióticos são perigosos se usados em grandes quantidades, geralmente acima do limite recomendado pela bula”, informa.


Consumo arriscado


Por isso, engana-se quem acredita que apenas os remédios que necessitam de receita são perigosos. O uso indiscriminado dos fármacos pode trazer danos consideráveis à saúde, mesmo uma simples aspirina em doses acima do recomendado. Até complexos vitamínicos ingeridos por muitos anos em demasia apresentam riscos ao paciente.

Mas com a correria do dia a dia, fica impossível procurar um médico toda vez que sentimos alguma dor. Camila recomenda aos pacientes que procurem sempre pelos farmacêuticos. “Apesar desses profissionais não poderem fazer um diagnóstico, eles podem oferecer uma medida paliativa para tentar solucionar o problema daquele momento”, completa.


Automedicação


A ansiedade pela cura, a dificuldade de acesso de parte da sociedade aos serviços públicos de saúde e a falta de informação a respeito da doença podem ser descritos como fatores que colaboram para a automedicação.

Para Camila, isso nem sempre é ruim, mas é necessário consultar um médico caso o 
problema persista.  De acordo com um editorial da Associação Médica Brasileira, a automedicação é um risco enorme, pois pode mascarar diagnósticos na fase inicial da doença. 

Por isso, a palavra-chave é bom senso. “É importante ressaltar que o uso contínuo de qualquer medicamento pode causar tolerância no organismo e não ter a ação que deveria” ressalta Everton Dombeck, médico cardiologista especialista em medicina paliativa.

Confira uma lista que preparamos de alguns medicamentos aparentemente inocentes, mas que podem trazer problemas para a sua saúde caso sejam usados de forma incorreta.


1. Vitaminas


Qual vitamina você vai querer, A, B, C, D ou E? Peça pela letra! Bom, não é bem assim. Entrar na farmácia e escolher entre as diversas combinações disponíveis para venda não é o caminho certo para tentar suprir deficiências de organismo. “Milagres são prometidos por complexos vitamínicos, mas seu consumo pode representar mais riscos do que benefícios”, explica Camila.


Se a quantidade ingerida de vitaminas é muito grande ou se a pessoa apresenta problema nos rins, pode ser que o excesso ingerido não consiga ser eliminado pelo corpo. Isso leva ao acúmulo de vitaminas no organismo, chamado de hipervitaminose. 

Essa condição pode trazer riscos à saúde, como vômitos, diarreia, problemas no fígado, arritmias, osteoporose, perda de cabelo, irritabilidade, fraqueza muscular e inúmeros outros sintomas.

Além disso, as vitaminas podem aumentar o risco de morte, segundo um estudo publicado pela Associação Médica Americana.  A ingestão de complementos que contenham vitaminas A, E ou betacaroteno está ligada a um aumento de 5% nos riscos de mortalidade em um grupo de cerca de 181 mil pessoas.


2. Dipirona


A dipirona sódica é um medicamento que é utilizado principalmente como analgésico e antitérmico. A droga permaneceu disponível mundialmente até a década de 70, quando foi descoberto que havia risco de ela causar agranulocitose, uma doença muito perigosa e potencialmente fatal.

Também conhecida como agranulocitopenia, a agranulocitose é uma doença aguda do sangue, caracterizada pela ausência de leucócitos granulosos. Estas células são as principais barreiras de defesa contra as infecções, sendo assim, aumenta o risco do paciente contrai-las.

Desde então, alguns países como Estados Unidos, Japão, Austrália, e grande parte dos que integram o continente europeu, baniram o medicamento. No Brasil, a dipirona é o analgésico e antitérmico mais usado, mas entrou na lista de remédios perigosos. 


3. Aspirina


Para a população em geral, a aspirina é um medicação banal, que pode ser usada sem muito critério. Mas ao contrário do que a maioria pensa, ela é uma droga que não está isenta de efeitos colaterais e nem mesmo de reações alérgicas.

Milhares de pessoas tomam aspirina todos os dias para prevenir ataques do coração e derrames ou ainda para diminuir o risco de desenvolver um câncer. Entretanto, um estudo feito por pesquisadores de Londres mostra que esse medicamento pode não ser tão seguro, dado que seu uso contínuo pode trazer mais problemas do que benefícios.

Pela alteração na formação de plaquetas, a aspirina dificulta a formação de coágulos em nosso corpo. Esse fato pode provocar hemorragias, desde leves até severas. Por esse mecanismo, a formação de um trombo vascular pode ser evitada, mas em seu lugar ocorrer um sangramento que pode provocar um acidente vascular de maior gravidade. Além disso, os acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos são mais frequentes quando o paciente está recebendo o medicamento.


4.  Anticoncepcional


Um estudo divulgado em novembro do ano passado pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora de remédios dos Estados Unidos, mostra que existe um risco maior de trombose venosa em mulheres que tomam anticoncepcional contendo o hormônio drospirenona.

As usuárias de anticoncepcionais orais apresentam até quatro vezes mais chances de apresentarem trombose venosa profunda quando comparadas à população em geral. Esta doença possui como complicação o tromboembolismo pulmonar, que é uma afecção grave com alto índice de mortalidade.


5. Paracetamol


Consumir uma dose um pouco acima da recomendada do analgésico paracetamol por um longo período de tempo – mesmo que apenas por uma questão de dias – pode causar graves danos à saúde, de acordo com pesquisadores ingleses.


Eles descobriram que muitas pessoas que usam os comprimidos contra dor não percebem quando tomam mais do que o permitido, e elas não se dão conta dos danos causados pelo consumo excessivo do remédio ao fígado.


Ingerir paracetamol em excesso conduz à “overdose escalonada”, que pode ocasionar problemas no fígado e cérebro, além da necessidade de diálise ou ajuda para respirar. Aumentam também as chances de morte devido a estas complicações.


6. Antibiótico


Os antibióticos são venenos seletivos, que matam bactérias específicas sem afetar as células do nosso corpo. Mas seu uso indiscriminado é um problema de saúde muito sério.

O uso imoderado favoreceu o contato de diversas bactérias com múltiplos antibióticos, as quais, devido aos seus mecanismos de defesa, sofreram alterações (mutações) para conseguir conviver com os medicamentos, tornando-se resistentes. Ou seja, as bactérias apresentaram, progressivamente, sinais de resistência e até mesmo de indestrutibilidade aos antibióticos. 

Isso quer dizer que o uso abusivo pode fazer com que bactérias em seu corpo tornem-se imunes aos antibióticos. Mais de 25 mil pessoas morrem por ano na Europa por causa de microrganismos resistentes.

Aqui o risco é duplo, pois prejudica a sua saúde e de toda humanidade. O uso generalizado ou incorreto deste tipo de medicamento pode fazer a raça humana regressar à primeira metade do século XX, quando as doenças infectocontagiosas eram as grandes responsáveis pela taxa de mortalidade.

Medicamentos são produtos importantes para a sua saúde, mas também são produtos de risco. Por isso, consulte sempre um profissional antes de ingeri-los. E nunca se esqueça: a diferença entre o remédio e o veneno está apenas na dose.


Fonte: tecmundo




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