As oportunidades de emprego e carreira nunca estiveram tão pulverizadas. Em todas as regiões do Brasil há cidades em franca expansão. Nelas, as empresas estão criando novas vagas, recrutando gente e atraindo profissionais de outras partes do país. A guerra por talentos nunca foi tão intensa por aqui. Quer um exemplo? No mês passado, a engenheira de software Anna Maria Souza, de 30 anos, foi de Manaus para São Paulo para contratar uma consultoria de recrutamento e seleção para levar jovens profissionais de engenharia e tecnologia da capital paulista para a metrópole do Norte. "Estamos recusando projetos por falta de gente", diz ela.
Anna trabalha para a Fucapi, instituição de ensino e pesquisa que emprega 1 500 profissionais e desenvolve projetos para companhias públicas e privadas. A Microsoft, a IBM e o Google, multinacionais cujas sedes no Brasil ficam na capital paulista, concorrem pela mesma mão de obra que a Fucapi quer contratar. "Os salários já não são tão diferentes dos pagos em São Paulo", diz Anna. De fato, os especialistas em remuneração afirmam que a diferença salarial entre os estados está caindo justamente pela disputa de talentos. "As companhias estão buscando os melhores profissionais para suportar as necessidades de crescimento dos negócios", diz Ana Paula Henriques, consultora de capital humano e especialista em remuneração da consultoria Mercer, de São Paulo.
Hoje, para o mesmo cargo em qualquer lugar do Brasil, a diferença entre o maior e o menor salário dificilmente ultrapassa 30%. Há exceções? Sim, para os profissionais de alta especialização, com habilidades muito específicas. Quem sai ganhando nesse processo é você, que tem mais oportunidades de decidir onde desenvolver sua carreira. A nona edição da pesquisa As Melhores Cidades para Fazer Carreira revela quais são os principais polos de crescimento e os setores mais quentes em cada região. O levantamento exclusivo, publicado pela VOCÊ S/A, é coordenado pelo professor Moisés Balassiano, da Fucape, escola de negócios com sede em Vitória, no Espírito Santo. Para compor o ranking de 100 cidades são considerados três indicadores: vigor econômico, oferta de cursos de graduação e pós-graduação e oferta de serviços de saúde.
O que explica o bom momento pelo qual o país vem passando? A explosão do consumo, as obras do pré-sal ao longo da costa litorânea e, em menor escala, os preparativos para a Copa de 2014 vêm ditando o ritmo do crescimento em cada região. Uma das tendências para os próximos anos, de acordo com o professor Moisés, é a maior concentração urbana nas cidades do litoral, em decorrência dos recursos financeiros que estão chegando por causa do pré-sal. "Mais gente será atraída para a costa em busca dos empregos gerados pela exploração do petróleo", diz Moisés.
As capitais do Sudeste mantêm as melhores posições no ranking de 2010, com São Paulo em 1º lugar entre as melhores cidades para fazer carreira; Rio de Janeiro em 2º; Vitória em 4º; e Belo Horizonte em 6º. "O círculo econômico funciona muito bem nessa região. População empregada, com mais dinheiro, consome o que é produzido lá. E, por isso, a região foi desenvolvendo uma ótima infraestrutura portuária, viária e aeroportuária, condições que atraem um número maior de organizações", diz Thomaz Assumpção, especialista em análise de mercados e cidades e diretor da Urban Systems. É também nessa região que se concentra o maior número de instituições de ensino — outro fator que diferencia os municípios do Sudeste.
Fonte: Você SA