O humorista Carlos Alberto de Nóbrega falou no programa "A Máquina",
que foi ao ar na noite desta terça-feira (18) na TV Gazeta, que tem pena
de Silvio Santos, sente dores com o banco do "A Praça é Nossa" e que o
primeiro programa que fez sem o comediante Golias foi o mais triste de
sua vida.
"Eu tenho 58 anos de carreira, de carteira assinada. Minha cabeça está
jovem, mas meu corpo não", disse Carlos Alberto ao apresentador Fabrício
Carpinejar. "Tenho hérnia de disco e saio sempre com dor do banco da
praça. Se você perceber, eu sento sempre na ponta por conta disso".
O humorista também contou que sua estreia no SBT foi o dia mais feliz
de sua vida. "Eu fiquei 11 anos sem falar com o Silvio [Santos] por uma
burrice, uma infantilidade minha, e na estreia do programa ele
apareceu", contou.
"Eu tinha perdido os meus pais aos 40 anos. Nessa época as pessoas
puseram na minha cabeça que o Silvio tinha tirado as ações do meu pai [Manoel de Nóbrega]
e eu acreditei. Eu estava odiando o mundo, minha cabeça estava louca. E
eu tive uma discussão tola com o Silvio por causa disso", disse Carlos
Alberto. "Onze anos depois eu fui saber que isso não era verdade. O
Sílvio jamais fez isso, pelo contrário. O meu pai foi o culpado de
esconder de mim essa verdade".
"Eu não culpo o Silvio por nada, eu o entendo. Eu tenho pena dele
porque sou mais feliz que ele", continuou. "Um cara que precisa viajar
pra Miami pra comer um sanduíche de rua não é feliz. Eu como um
sanduíche a hora que eu quero. Ele é uma pessoa muito sozinha. Quanto
mais você sobe na pirâmide do poder, mais sozinho você fica".
Golias, Didi e "Casseta & Planeta"
Carlos Alberto lamentou a morte do humorista Ronald Golias, amigo e
companheiro de trabalho que o acompanhou por mais de 40 anos. "O
primeiro programa sem ele foi o dia mais triste da minha vida. Éramos
muito amigos, nunca brigamos nesse tempo todo e tínhamos uma afinidade
muito grande".
"O Didi sair da TV, isso é um crime, uma maldade. É algo que me dói",
disse Carlos Alberto. "O que gostei de ter acabado foi o ‘Casseta &
Planeta’, que só o pessoal da Globo achava engraçado".
"Nós que trabalhamos na televisão somos como uma laranja. A televisão
te espreme, espreme, e no final você vira um bagaço e te jogam fora. Um
dia eu também vou ser bagaço", lamentou.
Fonte: UOL