Encotre Aqui!

24 de fevereiro de 2012

Iogurtes vendidos Por Ambulantes da Icegurt Ganham Destaque no País


Todos os dias, Eva Aureliano, de 62 anos, sai de casa cedo, retira um carrinho cheio de iogurte congelado na revendedora e circula pelas ruas de Barueri, na Grande São Paulo. Por dia, vende cerca de 400 unidades. Em dias de boas vendas e sem chuva, o carrinho é esvaziado já no meio da tarde. Para cada Icegurt que vende – o saquinho custa R$ 0,50 -, ela fica com R$ 0,10 de comissão.

“Virou febre aqui no bairro, as crianças gostam muito. Atualmente, nem preciso mais ficar andando muito, os clientes já chegam pedindo”, conta ela, que diz ganhar mais de R$ 1 mil por mês com o trabalho.


Como ela, um batalhão de outros ambulantes têm ajudado a popularizar o produto, que já está presente em cinco estados, e só é vendido dessa forma. Os portões de escolas e os cruzamentos de grandes avenidas, sobretudo nas regiões mais periféricas, são os locais onde mais se vê os vendedores, todos uniformizados de azul e rosa e estampando um urso polar, símbolo da marca. O foco são as classes C, D e E.


Produzido pela empresa colombiana Quala e embalado dentro de pequenos sacos plásticos, o Icegurt tem a cara de um geladinho, sacolé, gelinho, chupe-chupe, juju, entre outros nomes, conforme a região do país. A diferença é que é feito em escala industrial e com iogurte, podendo ser descongelado e congelado novamente. A temperatura máxima de conservação, porém, é de 10ºC.

Lançado em 2009, o Icegurt está presente em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e, desde o início de fevereiro, também no Espírito Santo. Seladas em uma embalagem dupla, as barrinhas são oferecidas nos sabores morango, uva, abacaxi com coco, coco, manga e maracujá.

“Não é gelinho, nem sorvete de iogurte. É 100% iogurte. O Icegurt tem menos gordura do que um sorvete”, afirma Mariane Gonçalves, gerente de marca da Quala. A empresa foi fundada em 1980 e hoje é uma multinacional de produtos alimentícios e de higiene, presente em sete países da América Latina e com cerca de 8 mil funcionários. Na Colômbia, possui uma linha de cerca de 30 produtos e é líder nas categorias de sucos em pó, caldos em pó e gelatinas.

Na Colômbia, Yogoso
Embora o Icegurt produto seja originalmente colombiano, os sabores e a marca foram desenvolvidos no Brasil. “Iniciamos a pesquisa de mercado em 2007, antes de toda essa febre de sorvete de iogurte. Percebemos que o brasileiro é muito ligado a iogurte e que as classes C e D estavam começando a colocar o produto na sua cesta de compras ”, explica a porta-voz da empresa.

Na Colômbia, a barra de iogurte é vendida há 15 anos com o nome Yogoso. Lá, a empresa também vende um produto feito só com água e suco de fruta, o Bonice. No México, a sobremesa de iogurte foi batizada de Yogurice e, na República Dominicana, Skinice.

No Brasil, a Quala possui 170 funcionários e sede administrativa em Alphaville (SP), mas não tem fábrica própria. O Icegurt é produzido por 2 laticínios parceiros, localizados em São Carlos (SP) e Ribeirão Claro (PR). Para garantir que o produto chegue até os consumidores, a empresa já conseguiu atrair centenas de revendedores – pequenos empreendedores (pessoas jurídicas), responsáveis por guardar as carrocinhas e recrutar ambulantes autônomos, que retiram a mercadoria em consignação – ou seja, podem devolver o que não for vendido.

Abrir revenda custa a partir de R$ 8 mil
O investimento para abrir uma revenda costuma ser baixo. A empreendedora Claudia Narvaes conta que gastou cerca de R$ 8 mil para abrir o negócio - R$ 4,5 mil em mercadorias e outros R$ 3,5 mil para alugar e reformar um salão em Barueri. O restante, freezers, carrinhos e uniformes, a empresa responsável pelo Icegurt fornece. O custo fixo mais alto costuma ser a conta de energia, perto de R$ 1 mil.

Há quase um ano no negócio, Claudia diz que ainda não conseguiu o retorno de tudo que investiu, mas tem conseguido garantir uma retirada mensal de pelo menos R$ 3 mil, descontados todos os impostos. “Já levei uns calotes, porque no começo você pega para trabalhar qualquer um que bate na sua porta. Mas hoje estou com um grupo fixo de 21 ambulantes”, diz a empreendedora, que, antes de vender Icegurt, vendia Yakult.

Segundo ela, o maior inimigo do negócio é a chuva e não o frio. “Por incrível que pareça, o meu melhor mês foi julho, quando vendi 89 mil unidades”, conta. “A gente depende de São Pedro para poder vender. Recentemente, tive de lançar uma campanha e oferecer bônus para trazer de volta os vendedores que foram embora por causa das chuvas de janeiro”, explica.

Negócio de centavos
Embora o sucesso do negócio dependa de questões climáticas e da capacidade do revendedor reunir um time de ambulantes, a margem de lucro é alta. Para o empreendedor, cada Icegurt sai a um preço de custo de apenas R$ 0,035.

“É um negócio de centavos, de volume, por isso o giro de vendas precisa ser grande. O foco da Quala é produzir produtos para consumo massivo”, afirma a gerente da empresa.

A companhia não divulga números de venda e da sua operação no Brasil, mas informa que não está nos planos da companhia abrir lojas próprias ou distribuir o produto no varejo.

Há quase três anos nas ruas do país, a Quala planeja agora chegar a outros estados. A empresa não revela, no entanto, o seu plano de investimentos nem confirma a meta de 800 revendas e 8.000 comerciantes ambulantes para 2012 utilizada em material de comunicação para os seus colaboradores. "O Brasil ainda está em processo de avaliação, portanto, ainda não temos um dado oficial sobre as perspectivas de crescimento”, diz o diretor comercial da Quala, Alfredo Palis.

A empresa chegou a testar uma opção de tamanho um pouco maior, ao preço de R$ 0,75, mas a idéia é continuar oferecendo a opção de Icegurt por R$ 0,50. Recentemente, a Quala reduziu o tamanho da barra de iogurte, de 56 gramas para 48 gramas, de forma a manter suas margens de ganho sem ter que mexer no preço sugerido - que vem estampado na embalagem e funciona como um dos principais apelos de consumo.
"Quanto mais a gente circula e oferece, mais a gente vende. Mas quem é que não tem sempre uma moedinha no bolso?”, explica e ensina a vendedora Cristiane Martins, de 28 anos.
Fonte: G1

Confira uma Campanha ICEGURT:
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário