No Brasil, existem hoje mais de 93 milhões de homens. Eles movimentam anualmente US$ 2,29 bilhões em produtos de higiene e beleza específicos para o público masculino, o que representa pouco mais de 8% dos US$ 26,59 bilhões faturados pelo mercado mundial de perfumaria, segundo dados do instituto de pesquisas internacional Euromonitor. Essa participação faz do País o segundo maior mercado de cosméticos para homens, atrás apenas dos Estados Unidos. Outra boa notícia é que o principal canal de compras ainda é o autosserviço. E aí vem um alerta: aos poucos, porém, outros tipos de varejo estão atraindo mais esses consumidores, motivo pelo qual o setor precisa acender seu sinal de alerta.
Uma razão para bloquear a concorrência enquanto ainda é o principal canal de vendas diz respeito ao potencial da categoria. Os produtos masculinos ampliaram sua presença nos lares brasileiros entre 2009 e o primeiro trimestre deste ano. Saíram de 72,7% para 75,3%, segundo o estudo "O mercado e o shopper masculino", realizado pela Nielsen. Parte do impulso veio da renda. De 2002 a 2011, a massa salarial dos homens subiu 43,1% – o dado é de outro levantamento, feito pelo Data Popular. Além disso, esses consumidores estão cada vez mais preocupados com a aparência.
Para se ter uma ideia do avanço de outros canais de varejo, a pesquisa da Nielsen aponta que, apenas na categoria de desodorantes, a participação dos super e hipermercados caiu de 61,2% no primeiro trimestre de 2010 para 59,8% no mesmo período deste ano. Parte das vendas migrou para o porta a porta, cuja participação subiu de 14,5% para 16%.
O QUE PENSAM OS HOMENS
Tiago Tadeu de Oliveira, 30 anos, web designer, e Wilson Della Villa Filho, 46 anos, corretor de imóveis, fazem questão de comprar seus próprios produtos de higiene e beleza. Durante muito tempo, o autosserviço foi o principal canal de compra para ambos. Mas, hoje, já frequentam outros tipos de lojas. Oliveira vai aos supermercados comprar apenas o básico, como desodorante, shampoo e creme parar barbear. “Quando quero atendimento diferenciado e produtos mais sofisticados, como um perfume, procuro catálogos, lojas especializadas e drogarias. Quando encontro esses produtos nos supermercados, as marcas são inferiores demais”, conta.
Fonte: Supermercado Moderno