Até pouco tempo atrás conhecida pela ausência de intervalos e por
maratonas ininterruptas em várias faixas de sua programação, a Record
passou a adotar estratégias diferentes visando um melhor equilíbrio
entre os seus números de audiência e o faturamento. O objetivo seria
compensar uma eventual queda no repasse da Igreja Universal pelos
horários adquiridos.
No decorrer dos últimos meses, houve um grande incremento no número
de comerciais em atrações consideradas rentáveis, como o "Hoje em Dia" e
"O Melhor do Brasil". Outras, como o "Programa da Tarde" e o "Fala
Brasil", também passaram a dispor de mais espaços a serem
comercializados como forma de captar um volume maior de dinheiro.
O "Hoje em Dia", que é comandado por Chris Flores, Celso Zucatelli e
Edu Guedes, foi um dos principais alvos desta mudança de gestão. A
revista eletrônica, que chegou a ter apenas três intervalos entre 2007 e
2008, hoje possui em média seis breaks de 6 minutos e trinta segundos
de duração - os quais são revezados entre intervalos tradicionais,
com vários anúncios, ou os destinados a um único anunciante.
O aumento no número de intervalos do "Hoje em Dia" veio ao mesmo
tempo que a atração perdeu espaço na grade. No decorrer destes sete anos
de história, o programa já chegou a ter cinco horas no ar. Atualmente,
entretanto, o tempo é de 2h05. Desta forma, a audiência acaba sendo
prejudicada. O "Hoje em Dia", que era bastante competitivo na disputa
pela liderança, perdeu fôlego e costuma oscilar entre 4 e 5 pontos de
média e amarga a terceira colocação com grande frequência.
A principal razão para o incremento no número de intervalos do
"Hoje em Dia" é a alta lucratividade que possui. O mesmo se aplica a "O
Melhor do Brasil", de Rodrigo Faro. O programa vem tendo sete intervalos
comerciais por edição (que tem aproximadamente 4 horas no ar). O
excesso de pausas comerciais também enfraqueceu a audiência. "O Melhor
do Brasil" já chegou a ostentar médias na casa dos dois dígitos e com
picos que se aproximavam dos 20 pontos. Entretanto, de alguns meses para
cá, a média caiu para a casa de 6 a 8 pontos, a qual é suficiente
apenas para manter a vice-liderança.
Comenta-se que o destino da receita gerada a partir destes novos
intervalos é a compensação da perda de investimentos por parte da Igreja
Universal do Reino de Deus. A igreja liderada pelo bispo Edir Macedo
vem perdendo fiéis em meio a um de seus principais projetos, que é a
réplica do Templo de Salomão, em SP. O megatemplo está orçado em mais de
R$ 300 milhões e já recebeu investimentos de mais de R$ 250 milhões até
então. Apesar disso, sequer metade da construção foi finalizada.
Desta forma, para poder dar continuidade ao projeto, que será uma
das principais bandeiras para a recuperação da Universal, repasses à
Record teriam sido reduzidos. O objetivo também é moldar a emissora a
uma gestão comercial equilibrada, da mesma forma que suas concorrentes
Globo e SBT trabalham.
Com informações do Na Telinha