O que leva acadêmicos sérios a investigar mortos-vivos que ficam zanzando por aí em busca de carne e miolos humanos? Daniel Drezner, professor de política internacional da Universidade Tufts, em Boston, responde: sempre que os zumbis estão em alta na produção cultural é porque temos problemas na política e economia. “Os filmes, em especial, são um veículo útil para tratar de questões como fome, violência generalizada e falta de rumo para a vida”, diz o pesquisador, que lançou em 2011 o livro Theories of International Politics and Zombies (Teorias de Política Internacional de Zumbis, sem edição no Brasil).
“Se abordados de forma direta, estes problemas são mais assustadores do que com um bando de mortos-vivos.” Isso explicaria por que, na década de 1990, foram lançados cerca de 50 filmes sobre o tema. Na de 2000, marcada por terrorismo e crises econômicas, mais de 300.
A novidade é que pesquisas acadêmicas sobre zumbis também têm aumentado: nos últimos 10 anos, o número de teses sobre o tema publicadas em livro, somente em inglês, subiu 5 vezes, saltando para 100. Confira abaixo 4 áreas de conhecimento que já se aproveitaram dos mortos-vivos.
É SÉRIO
Conheça pesquisas acadêmicas sobre zumbis
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ESTATÍSTICA > E se acontecesse uma epidemia zumbi de
verdade? Em 2009, 4 matemáticos da Universidade de Ottawa, no Canadá, fizeram
cálculos complexos e concluíram: uma infecção de zumbis acabaria com a ala
saudável da humanidade em cerca de 7 anos. A teoria foi publicada em um livro
sobre pestes que poderiam atacar a humanidade.
LINGUÍSTICA > Um grupo de pesquisadores da Universidade de
Oxford, na Inglaterra, deu um google em “zumbis” e fez um levantamento sobre
os resultados que encontrou. Eles construíram um mapa apontando a origem dos
sites que tratam do assunto. Perceberam que as referências estão concentradas
em países de língua inglesa e no Japão.
ANÁLISE CULTURAL > Em outubro de 2011, professores da
Universidade de Winchester, na Inglaterra, organizaram o Zombosium, um
simpósio sobre zumbis. Um grupo de professores e especialistas no tema se
reuniu para debater a invasão zumbi na mídia, suas causas e consequências
culturais — como os riscos de uma epidemia fictícia legitimar assassinatos.
SOCIOLOGIA > O renomado escritor americano Colson Whitehead
causou estranhamento quando lançou, em 2011, o romance Zone One (Zona Um, sem
versão brasileira), que retrata uma eclosão de zumbis em Manhattan. Mas os
fãs do gênero se decepcionaram: o livro se foca em descrever as reações das
pessoas diante de epidemias gigantes.
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Fonte: Galileu