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21 de janeiro de 2012

Esmaltes: Entre na Onda Desse Produto Que Garante Bons Resultados


Que tal incluir no mix um produto que não sofre com sazonalidade, é paixão nacional entre as mulheres – principal público dos supermercados – e cujo mercado está em ascensão? Os esmaltes viraram "febre" a partir de 2008, quando a grife francesa Chanel apostou em lançamentos de cores diferentes, como o verde-pistache "Jade". Desde então, deixaram de ser apenas item da cesta de higiene para se tornarem acessórios de moda. 


Os números comprovam essa mudança. Em 2009, um ano após o reposicionamento feito pela Chanel, o mercado brasileiro cresceu 14,4% em volume, segundo pesquisa da Nielsen. No ano seguinte, a alta foi de 23,3% e, em 2011, já consolidado como objeto de desejo, o esmalte diminuiu o ritmo, mas manteve a expansão positiva de 8%. Parece pouco, mas a base forte de comparação indica uma categoria ainda vigorosa. Tanto que os fabricantes lançam de quatro a cinco coleções por ano. É bom lembrar ainda que o Brasil é o segundo maior mercado de esmaltes, atrás apenas dos EUA.

Vale a pena, portanto, estudar a viabilidade de entrar nessa moda, que aparentemente não é passageira. Para as consumidoras, sobretudo as mais jovens, principais compradoras, os supermercados não atraem. "As lojas deveriam ficar atentas à atualização das coleções. As pessoas da minha geração preferem fazer as unhas em casa a ir à manicure, e adoram novidades", avisa a estagiária Marcela Del'la Villa, de 20 anos, dona de 160 esmaltes.

Se você acha muito, precisa conhecer a estudante Tarsila Isabela Boffetti, de 19 anos. Ela tem uma coleção de 300 vidrinhos. "O corredor de esmaltes no supermercado é muito previsível. Expõe apenas o vermelho, rosa e branquinho infinito", queixa-se. Como essas jovens estão antenadas nos vários blogs de esmaltes, o fato de já terem uma grande quantidade de versões não as desestimula a comprar mais. O motivo? As duas têm o hábito de fazer as famosas "misturinhas", juntando duas tonalidades para chegar a uma terceira. A inspiração são as cores dos importados.

Além do forte apelo ao novo, a categoria também teve suas vendas impulsionadas por outros fatores. "Um deles é o aumento do poder de compra da mulher. Hoje, ela já leva para casa produtos da moda, cujos preços são fáceis de assimilar, caso dos esmaltes", diz Arthur Oliveira, analista de mercado da Nielsen. O executivo lembra ainda que os produtos registraram um aumento de 20,3% em faturamento no acumulado de janeiro a agosto de 2011, comparado a igual período de 2010, o que é um bom indicador para os supermercados. Do lado das indústrias a movimentação acompanha o ritmo acelerado das consumidoras.

Para o verão 2012, a Hypermarcas lançou a coleção Primavera/Verão Risqué Dogs, em parceria com o estilista Reinaldo Lourenço. "São sete cores que homenageiam o amor que temos pelos fiéis companheiros, os cachorros", conta Gabriela Garcia, diretora executiva da companhia, dona da marca. Os esmaltes ganharam nomes de diferentes raças, como cocker, vira-lata, maltês, sharpei, poodle, chow chow e husky.

ESMALTES EM NÚMEROS
Brasil está atrás apenas dos EUA nas vendas do produto
208,7 milhões de unidades do produto foram consumidos em 2010 no País
453 milhões de reais foi a receita gerada com a venda de esmaltes em 2010
16,23% é o percentual de lares que consumiram esmaltes ao longo de 2011
50,4% foi o crescimento do mercado de esmaltes em 2010, registrado na região metropolitana de São Paulo

Fonte: Kantar Worldpanel, Nielsen e Hypermarcas


Segundo a fabricante, os supermercados têm boas chances de ganhar mais com a categoria se oferecerem um mix completo. "A decisão de compra ocorre no momento em que a consumidora entra no universo de beleza", afirma Gabriela. A Hypermarcas sugere realizar exposição casada com itens complementares, como cremes e bases.
Já a fabricante da marca Speciallitá aconselha a exposição da linha em displays ou em expositores apropriados. De acordo com Vincenzo Barrela, diretor da empresa, não é recomendado que os esmaltes fiquem em cestos. Em 2011, a marca cresceu 20% em volume.
Portanto, cabe ao varejista avaliar se aceita ou não o convite para entrar nessa nova e lucrativa moda.

O QUE FAZER 
 Fornecer variedade de cores e marcas pode levar a consumidora a priorizar os
supermercados como canal de vendas
 Fazer uma ampla campanha, divulgando o sortimento dos esmaltes e oferecendo  experimentação das coleções, promete atrair o público jovem, principal comprador
Oferecer uma coleção inteira dando de brinde uma nécessaire costuma empolgar a mulher na hora da compra
Optar por kits com coleções completas traz algumas vantagens. Além de maior margem e  atender o desejo da consumidora por variedade, evita que pessoas abram os vidrinhos para testar o esmalte nas unhas
Expor o produto ao lado de produtos complementares, como alicate de unha, algodão
e removedor, alavanca as vendas
Ter no mix uma linha de produtos associada a alguma celebridade garante boa aceitação. Nas 3  mil lojas do Walmart nos EUA, os esmaltes Bieber Bonanza, do cantor Justin Bieber, se esgotaram rapidamente, e as fãs que não conseguiram comprar congestionaram a central de atendimento ao consumidor
Cuidar da reposição é essencial. Embora tenha tíquete médio baixo, o esmalte, quando
bem trabalhado, oferece giro rápido.

Fonte: Kantar Worldpanel, Nielsen e Hypermarcas



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