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30 de junho de 2012

Especial: Há 10 anos a seleção brasileira conquistava o penta!

Em 2 de junho de 2002, um dia antes de estrear na Copa da Ásia, a seleção brasileira praticamente não existia. 

Rivaldo, o craque, era uma incógnita por sua condição física. Ronaldo, o artilheiro, nem se fala. Emerson, o capitão, a voz do chefe, deslocou o ombro e foi cortado. 

Tudo isso depois de uma campanha vacilante nas eliminatórias, que resultou nas demissões de Leão e Vanderlei Luxemburgo e na contratação de Luiz Felipe Scolari. 

Fora de campo, a situação era pior. As contas e as transações da CBF e de seu presidente, Ricardo Teixeira, haviam sido devassadas por uma CPI. O Campeonato Brasileiro de 2002 não tinha tabela nem fórmula definidas. 


Ainda havia algum clamor pela presença de Romário na seleção, e Pelé personificava a desconfiança que pairava sobre o time. "Meus favoritos são Argentina, França Itália e Inglaterra", disse o Rei, sobre seleções que nem sequer atingiram as semifinais. 

A preparação da seleção levantou ainda mais dúvidas.
No último amistoso, antes da estreia, o Brasil ganhou da Malásia, mas "Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo foram as maiores decepções", segundo relato da Folha. 

Até Luiz Felipe Scolari tinha dúvidas sobre a condição física do Fenômeno.
"O Ronaldo não pode, em dois, três, quatro meses voltar a ser o mesmo jogador do passado", dizia o treinador. 

A Copa de 2002 foi pródiga em mostrar que há mesmo males que vêm para o bem.
"Quando você apanha muito, se fecha, se abraça a sua família", lembra o preparador físico Paulo Paixão. "Aquela conversa de 'Família Scolari' era verdadeira." 

Procurado por meio de sua assessoria, Scolari afirmou que não falaria com a Folha.
Um dia antes do primeiro jogo da Copa, contra a Turquia, a seleção perdeu o capitão Emerson, que se machucou gravemente durante um rachão --jogava no gol. 


Ricardinho foi convocado às pressas, e Gilberto Silva foi alçado à condição de titular. 

O capitão, por influência dos jogadores, virou Cafu, embora o preferido do técnico fosse o zagueiro Roque Júnior --havia assumido a faixa em jogos anteriores, quando Emerson fora substituído. 


Ao longo do torneio, Kleberson ganhou o lugar de Juninho. A mudança deu mais consistência ao meio de campo e mais liberdade para Cafu e Roberto Carlos, então no auge da forma.
O Brasil precisou de um pênalti inventado para ganhar da Turquia na estreia. A fragilidade dos outros dois rivais na primeira fase ajudou. 

A seleção goleou China (4 a 0) e Costa Rica (5 a 2) e se classificou sem sustos para as oitavas, enquanto "favoritas" como Argentina e França morriam na primeira fase. 

"O jogo contra a Bélgica foi o mais difícil", lembra o médico José Luís Runco, sobre o jogo das oitavas de final.
O Brasil venceu por 2 a 0, mas sofreu em boa parte do jogo e também contou com a anulação de um gol belga. 

Ao recuperar Ronaldo e Rivaldo, Runco e Paixão viraram estrelas daquele time --eram tão solicitados para entrevistas quanto os principais jogadores ou o treinador. 

Nove dos 11 titulares passaram em algum momento pelo departamento médico durante aquela campanha. 

"O mais importante é que lá dentro nunca houve dúvida, o respaldo era total, do treinador, do presidente, de todos", conta Paixão. 

Para Runco, os jogadores só chegaram inteiros à decisão porque se dedicaram muito. "Quando o atleta se ajuda, não tem como ser diferente", conta o médico. 

Ronaldinho acabou com os ingleses nas quartas, Ronaldo fez de bico o gol decisivo na semifinal contra os turcos.
A decisão, primeiro confronto entre Brasil e Alemanha na história das Copas, foi uma aula do time de Scolari --de Marcos a Ronaldo. 

E a seleção que saiu do Brasil desacreditada após a maior crise de sua história, voltou com o quinto título. 

Fonte: Folha.com edição Lucas
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