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24 de abril de 2012

Polêmica: Vender Peixe Tudo Bem, Mas Peixe Sustentável?


Certas espécies de atum, de polvo, de camarão e até de salmão passaram a fazer parte da longa lista de alimentos que não são vendidos pela Whole Foods, rede de supermercados dos Estados Unidos. Em comemoração ao Dia da Terra (22/4), a empresa resolveu abrir mão de mais produtos considerados prejudiciais ao meio ambiente. 


Por meio da certificação de instituições como a Marine Stewardship Council – que reconhece e recompensa a prática de pesca sustentável, e das ONGs Blue Ocean Institute e Monterey Bay Aquarium - a rede excluiu uma série de alimentos, como parte de sua proposta para oferecer produtos orgânicos e sustentáveis.

Desde 2010, o supermercado classifica os peixes e frutos do mar em três categorias: verde, amarela e vermelha. A primeira inclui espécies abundantes e que tenham sido capturadas de forma “amigável”. A segunda apresenta certa precaução quanto à qualidade do alimento ou mesmo o método de pesca. Já a última delas, proibida desde domingo contém espécies de pesca predatória, captura acidental ou ainda métodos agrícolas que causam sérios impactos ambientais.

“Ao eliminar os frutos do mar e peixes classificados como vermelhos, estamos fazendo a nossa parte para reverter a tendência de excesso de pesca e captura acidental. Acreditamos que juntos, com nossos parceiros e clientes, podemos dar início a uma mudança radical”, explica a empresa em seu blog. O supermercado afirma que eles são os primeiros dos Estados Unidos a pararem de vender frutos do mar e peixes com essa classificação.

Mas a decisão tem irritado diversos pescadores e comerciantes. Segundo o jornal The New York Times, a nova política da Whole Foods afeta principalmente os portos de Gloucester e New England. Nessas regiões, a indústria pesqueira tem lutado cada vez mais para sobreviver frente a normas restritas. Além disso, muitos dos barcos locais vendem exclusivamente para a Whole Foods.

Como se não bastasse, diversos pescadores veem a medida como jogada de marketing. Alguns deles, inclusive, alegam que seria preciso um controle mais rigoroso para que houvesse um efeito realmente sustentável - e não apenas eliminar os peixes taxados pelas ONGs com o sinal vermelho. 
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